“Lá, a Luta Não Para”: O Encontro com a Resistência e os Direitos dos Trabalhadores na Argentina.
- Imprensa SINTITÊXTIL
- 3 de jun.
- 2 min de leitura


Por João Valdecir Fonseca – Tesoureiro do Sindicato de Artefatos de Couro.
No dia 17 de maio de 2025, embarcamos em uma viagem marcante de oito dias à Argentina, com um propósito claro: conhecer a fundo a realidade dos trabalhadores, suas lutas e a história por trás de sua resistência.
A viagem, organizada pela FETIESC (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado de Santa Catarina), através do seu departamento têxtil, nos levou a lugares que misturam dor, coragem e exemplo de união.
Um lugar onde o passado ainda grita. Visitamos um antigo centro de detenção da época da ditadura militar. Um local onde mais de 30 mil pessoas desapareceram. Ver de perto o espaço onde tantos foram presos, torturados e silenciados é algo que marca profundamente. Mas também nos inspira a jamais esquecer: a história da repressão precisa ser contada para que nunca mais se repita.

Assembleia, chão de fábrica e realidades semelhantes.
Durante nossa estadia, participamos de uma assembleia com trabalhadores de uma empresa têxtil. Apesar do ambiente limpo e organizado, os desafios eram claros: salários baixos, dificuldades nas negociações, luta constante por aumentos reais. Percebemos que a realidade deles não é tão diferente da nossa. O que se destaca é a união e a consciência de classe.


Quartas de resistência: 32 anos sem calar.
Uma das experiências mais emocionantes foi acompanhar os protestos que acontecem todas as quartas-feiras, há 32 anos. Mesmo sob forte repressão, com ruas cercadas por policiais e risco de violência, o povo argentino não recua. Toda semana, alguém apanha — mas ninguém desiste. Isso nos ensinou que a verdadeira vitória vem da persistência.
As Mães da Praça de Maio: um símbolo eterno.
Também conhecemos a história das Madres de Plaza de Mayo, senhoras que perderam filhos e maridos durante a ditadura. Por décadas, elas protestaram na frente da Casa Rosada. Hoje, restam poucas, mas sua coragem ainda ecoa como um lembrete de que a luta é contínua e sagrada.
A lição que ficou.
Volto dessa viagem com uma certeza gravada no coração:
“Não há luta perdida. Luta perdida é só aquela que se abandona.”
O povo brasileiro precisa sair da zona de conforto, se unir e participar ativamente das decisões que moldam seu futuro. A apatia nos enfraquece. A luta nos fortalece.
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